quinta-feira, 20 de agosto de 2009

OS CZARES E A FORMAÇÃO DA RÚSSIA

Ás duas da manhã do dia 17 de julho de 1918 perdia o trono o último Imperador de todas as Rússias: Nicolau II, que era aprisionado pelos revolucionários bolcheviques em uma casa de Ecaterimburgo, oeste do país. Nicolau foi conduzido com a mulher, o filho, as quatro filhas, o médico e os empregados para um quartinho dos fundos, onde 12 homens os esperavam com armas na mão. Depois do fuzilamento, o pelotão se assustou ao ver que as filhas continuavam vivas, pois as balas ricochetearam nas jóias costuradas em seus vestidos. O jeito foi terminar o "serviço" com golpes de baioneta. Era o fim de 300 anos da dinastia Romanov e de quatro séculos do domínio dos czares.
O título de czar, foi derivado dos "césares" de Roma, mas na Rússia ele adquiriu um caráter especial. Usando uma mescla de terror e nacionalismo religioso, eles transformaram um reino minúsculo numa potência mundial e expandiram seu território até ter o dobro do tamanho do Brasil.

1- Moscóvia:

A semente do czarismo foi plantada no século IX, quando o chefe viking Riurík fundou uma dinstia em Novgorod, no Noroeste da atual Rússia. Seus descendentes ampliaram o reino até Kiev (Ucrânia), converteram-se à fé ortodoxa (ramo do cristianismo que rompeu com o catolicismo romano no século XI e se espalhou nos domínios do Império Bizantino). Os descendentes Riurík usaram o termo "Rus" para descrever seu povo e sua terra. No fim do século XII, o reino se fragmentou em principados rivais e as disputas favoreceram a invasão dos Rus pelos Tártaros (povo turco muçulmano que pertencia ao Império Mongol). Os invasores pouparam o principado de Novgorod, que não foi destruído, com a condição de que seu príncipe Alexandre Nevsky, lhes pagasse altos tributos. Daniel, filho de Alexandre, tornou-se príncipe de um vilarejo chamado Moscou, e começou a anexar terras, o que resultou no crescimento do reino de Moscóvia em cerca de oito vezes. Moscóvia adotava a política de subjugar outros reinos apoiado no reconhecimento do poder absoluto de seu príncipe. A crueldade e a unidade ao príncipe eram recompensadas, e os principais clãs se beneficiavam da expansão das terras. O czar contava com autoridade ilimitada, pois seu poder emanava de Deus, abençoado pela igreja Ortodoxa, que tambem era beneficiada pelo aumento do poderio russo.

2- Ivã - o Grande:

Em 43 anos de governo Ivã, o grande, quadruplicou o tamanho do reino, depois festejou a glória ampliando a construção do Kremlin. Ivã inaugurou a prática da deportação em massa, que foi usada posteriormente pela União Soviética. Sua crueldade seria mantida por seu filho Vassily III e passaria dos limites com seu neto Ivã IV, chamado também de o "terrível". Ele junto de Pedro, o grande, Catarina, a grande, Lênim e Stálin aplicaram o terror em defesa de si e do regime, porém Ivã IV e Stálin praticaram uma matança extravagante que desafia qualquer compreensão.
Ivã IV foi coroado com o título de czar em 1547, e seu reinado começou bem pois derrotou os tátaros e expandiu seus domínios no leste até o mar Cáspio e a Sibéria, transformando Moscóvia em um estado multiétnico. Mas a morte de sua esposa, Anastácia, possivelmente envenenada, em 1560, provocou um piripaque na cabeça do monarca. Ele prendeu seus conselheiros e abriu fogo contra o povo,Ivã presenciava as execuções e maquinava formas de morte. Em 1570, uma plateia em Moscou viu como ele e seus homens desmenbravam e ferviam vítimas suspeitas de traição. Ivã casou com outras seis mulheres sem se firmar com nenhuma, num de seus ataques de fúria, o czar golpeou seu filho Ivã Ivanovich na cabeça com uma bengala de ferro, matando-o.

3- A Era Romanov:

Passado o furacão Ivã, e após brigas pelo poder, em 1613 foi escolhido um novo czar: Mikhail Romanov, o primeiro de uma dinastia que duraria 300 anos. Pedro I coroado czar em 1682, conquistou parte da Estônia e chegou à sonhada costa do Báltico, onde fundou São Petersburgo e fez dela a capital da Rússia. Catarina, a grande estabilizou o reino da Rússia e conquistou terras da Turquia. Nicolau I, já no século XIX foi derrotado na Criméia por Ingleses, Franceses e Turcos o que provava a decadência dos governos dos czares, em 1904 a Rússia cambaleou numa guerra contra o Japão, e em 1905 centenas de manifestantes morreram ao exigir liberdade em São Petersburgo (domingo sangrento). Em 1917 não teve jeito: Nicolau II abdicou e foi fuzilado por ordem de Lênim, lider dos bolcheviques, estava surgindo assim a URSS, um imenso país formado pelas dinstias dos czares.


O CRESCIMENTO DO IMPÉRIO RUSSO

(Fonte: Revista: Aventura na História, Edição 71, Editora Abril - Junho / 2009 - São Paulo/ SP.)

Nenhum comentário:

Postar um comentário